Uma grande fumaça escura foi vista nos céu ao redor de Jacaraú, era mais uma queimada das palhas da cana-de-açucar, um verdadeiro desrespeito para com a população dessa cidade, geralmente essas queimadas são feitas a noite, para “enganar” o povo, mas nesse domingo foi durante o dia. Causando até espanto por parte de alguns mais simples.
“Neve escura” provocada pela queima da palha da cana-de-açúcar é comum em casas de Jacaraú durante a safra.
A cena é comum para muitas donas de casa. As reclamações são idênticas. “Isso aqui é um martírio”, “acabaei de limpar a casa e nem parece” diz uma dona de casa. É a fuligem, “neve escura” resultante da queima da palha da cana-de-açúcar, que acaba se espalhando pelo ar e pousando nas casas não só das pessoas que moram nas proximidades dos canaviais – mais até muitos que morem longe das plantações também sofram o mesmo problema. Para quem vive esta situação já de forma corriqueira, os transtornos já são conhecidos.
O cheiro de queimado no ar que aos poucos vai invadindo as casas, principalmente nas madrugadas, às vezes é quase imperceptível, mas em outras oportunidades são detectadas com maior facilidade e chegam a irritar os olhos dos mais sensíveis.
Roupas estendidas no varal, chão e o interior das residências (quando as janelas estão abertas) são as principais vítimas da fuligem. “É um terror quase todos os dias”, reclama outra dona de casa. Os malefícios da fuligem, porém, vão muito além dos transtornos causados nas residências.
A fuligem das queimadas da cana pode provocar diversos problemas de saúde, causados pelos mais de 70 produtos químicos identificados nessa fumaça. Diversos estudos, realizados por pneumologistas, biólogos e físicos, confirmam que as partículas suspensas na atmosfera, especialmente as finas e ultrafinas, penetram no sistema respiratório provocando reações alérgicas e inflamatórias. Além disso, não raro, os poluentes vão até a corrente sangüínea, causando complicações em diversos órgãos do organismo.
Olha essa blogueira, tem saudade quando se andava pelos sítios e via muitos produtores de diversas variedades. Pequenos produtores, lutando com sua macaxeira, feijão, batata e assim por diante, hoje…infelismente, tudo “arrendado” para as usinas cultivar cana, cana, cana e cana. Uma tristeza, que só o tempo poderá ostrar o grande prejuízo que isso causará.
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